Livro Genealogia de Famílias Viamonenses- Famílias Cardoso da Silva e Vieira de Aguiar

Livro Genealogia de Famílias Viamonenses- Famílias Cardoso da Silva e Vieira de Aguiar

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

RESUMO DO INVENTÁRIO DO CAPITÃO DELFINO VIEIRA DE AGUIAR










Em 1901, João Vieira de Aguiar  Sobrinho foi intimado a dar prosseguimento ao inventário  dos bens deixado  por Delfino Vieira de Aguiar, de quem era inventariante e herdeiro, juntamente com seus irmãos e, também com Alípio e Laurindo, filhos de Maria José Ferreira Jardim.
João declara que Alípio era menor de vinte anos de idade e que seu irmão Laurindo  estava ausente, vivendo  no município de Conceição do Arroio, próximo a costa do rio Capivari.
Precisavam  instituir um tutor para Alípio e intimar Laurindo, para que comparecesse a  próxima audiência e assim  darem prosseguimento ao  inventário.
Ainda  foi  questionado sobre a venda de reses que  faziam  parte da herança, feitas por seus irmãos,  André, Bento e Miguel,  ao que  respondeu , João, serem  reses  de propriedade de seus irmãos e não  parte da herança.
João Viera de Aguiar Sobrinho, além de inventariante, também foi procurador de Laurindo e tutor de Alípio.
Maria Delfina de Aguiar, faleceu em 30/01/1902, diz o registro de óbito que era filha natural de Balbina Luiza Gutterres, solteira, branca, doméstica, com 28 anos.  Diz ainda que por força do inventário, os  irmãos seriam seus herdeiros.

Relação dos  herdeiros:
1-João Vieira de Aguiar Sobrinho
2-Narciso Vieira de Aguiar
3-André Vieira de Aguiar
4-Miguel Vieira de Aguiar Junior
5-Fermino Vieira de Aguiar
6-Bento Vieira de Aguiar
7-Castorina Vieira de Aguiar cc. Salustiano Vieira de Azevedo
8-Maria Vieira de Aguiar cc. José Galdino Boeira, aparecem , também como herdeiros os filhos dela, mas não fala se ela já havia falecido( Vicente, Gomercindo, Amador, Clotilde). Em 1897, Delfino fez uma alteração no testamento, incluindo os filhos de Maria.
9-Maria  Delfina  Vieira de Aguiar- faleceu em 30/01/1902, sua parte na herança foi dividida entre os
irmãos.
10- Laurindo – filho de Maria José Ferreira Jardim
11- Alipio- filho de Maria José Ferreira Jardim



Em 24/07/1901, fizeram a descrição e avaliação do bens de Delfino, que eram:
·         Terras num lugar denominado “Campo Tapado”, dividindo-se pela frente com José Vieira dos Santos, por  outro com os herdeiros do coronel Abreu, por outro com o inventariante João Vieira de Aguiar sobrinho e fundos com a Lagoa dos Patos, com mil e trezentos braças de frente e três mil de  fundos – dezenove contos de réis.
  • ·         Uma casa de moradia, com atafona e seus pertences, um pequeno quarto ao lado do galpão e mais benfeitorias- três contos de réis.
  • ·         Uma pequena casa em ruinas- trezentos mil réis.
  • ·         Um pequeno rancho denominado “Figueira  Caida”- cinquenta mil réis.
  • ·         Um pedaço de campo e matos no lugar denominado “Barro Vermelho”, divindo-se pela frente com (?) Antunes, pelos fundos com herdeiros de dona Prudência, por outro lado com a estrada geral e por outro lado com herdeiros de Fortunato José dos Santos- quinhentos mil réis.
  • ·         Mais um campo denominado “Tapado”- um conto e quinhentos mil réis.
  • ·         330 reses de cria- quatro contos e seiscentos e vinte mil réis.
  • ·         Mais animais de cria( não tem o número)- um conto de réis.
  • ·         12 cavalos mansos em mau estado- trezentos e sessenta mil réis.
  • ·         12 bois mansos- trezentos e sessenta mil réis.
  • ·         500 ovelhas- sete contos e cinquenta mil réis.
  • ·         Uma carreta- setenta mil réis.
  • ·         Trastes de uso na casa- cento e cinquenta mil réis.
Total :  trinta e dois contos e cento e sessenta mil réis






(Inventário de Delfino Vieira de Aguiar)


Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul- inventário de Delfino Vieira de Aguiar,  cartório de orfãos e ausentes- Viamão- ano de 1901 nº.:254, maço 9.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Famílias pesquisadas neste blog

Em 2005  o Jaime Abreu começou suas pesquisas, através dos depoimentos de familiares  e fotos que foi reunindo com a família. Em 2010 me juntei a ele e, neste ano, conhecemos o Pe. Luciano da Costa Massullo que  nos forneceu suas pesquisas sobre os Cardoso e também algumas informações sobre os Vieira de Aguiar, nos dando  referências e dicas, de forma que   nos voltamos  à  pesquisa documental, junto a arquivos, cartórios e cemitérios, sem contudo,  menosprezarmos  os depoimentos de familiares que nos deram excelentes pistas e rumo para pesquisarmos. Esta pesquisa tem o objetivo de resgatar e preservar a memória desta imensa família. Os Vieira de Aguiar chegaram em Viamão por volta de 1790, já os Cardoso da Silva por volta de 1820.

Além dos Vieira de Aguiar, pesquisamos outras famílias ligadas  a eles, pelos laços do casamento que são:


  • Cardoso da Silva
  • Vaz Ferreira
  • Pinto Bandeira
  • Fraga
  • Moren
  • Goulart
  • Rocha Vieira
  • Souza Rocha
  • Diniz
  • Correia de Lima
  • Gonçalves
  • Silveira
  • Gil
  • Guimarães
  • Abreu
Tivemos também a contribuição  de Vinicius Oliveira Godoy e de Regis Dias, que nos cederam informações de seus arquivos pessoais.

Se alguém  quiser contribuir, com informações ou fotos , poderá nos contatar pelo  e-mail ani.gui1965@gmail.com ou deixar comentário no blog.




domingo, 11 de novembro de 2012

RESUMO DO TESTAMENTO DO CAPITÃO DELFINO VIEIRA DE AGUIAR




Delfino Vieira de Aguiar era filho de Miguel Vieira de Aguiar e Constança Luíza da Conceição,nasceu em 1843, foi batizado em Viamão, no dia sete de junho de 1843( LB 10,90) ,  faleceu em Viamão, solteiro, aos oito dias do mês de maio de 1901, deixando testamento, o qual transcrevo,  em partes.
“ Aos nove dias do mês de maio de mil novecentos e um, nesta Vila de Viamão, em meu cartório autuo o testamento , e escritura  de ratificação que adiante segue, do que para constar faço esta autuação. Eu Virgílio Carcínio Nunes, escrivão interino da Provedoria, escrevi e assino.
Translado do testamento que fez o capitão Delfino Vieira de Aguiar ( Livro 6º, pág.68).
Saibam quantos este público instrumento virem que no ano de nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e noventa e quatro, aos vinte e nove dias do mês de dezembro, nesta vila de Viamão do estado do Rio Grande do Sul, em meu cartório compareceu como testador o capitão Delfino Vieira de Aguiar, morador do terceiro distrito desta vila, conhecido o próprio de mim tabelião, que dou fé. E pelo dito testador o capitão Delfino Vieira de Aguiar que se achava  de saúde e em seu perfeito juízo e claro entendimento, na presença das cinco testemunhas no fim nomeadas e assinadas, me foi declarado que queria fazer o seu testamento aberto e disposições de inteira vontade, para por seu falecimento ter inteiro vigor e completa validade e que por este testamento  e na melhor forma de direito faz, instituindo seus herdeiros os filhos de Dona Balbina Luíza Gutterres( grifo meu) , seguintes:
Castorina, nascida no dia 27 de julho de mil oitocentos e noventa e dois. Maria, nascida a 29 de maio de mil oitocentos e sessenta e seis. João, nascido a 23 de janeiro de mil oitocentos e sessenta e oito. Narcizo, nascido a 15 de janeiro de mil oitocentos sessenta  e nove. André, nascido a 4 de fevereiro de mil oitocentos e setenta. Miguel, nascido a 29 de setembro de mil oitocentos e setenta e um. Maria Delfina , nascida a 2 de setembro de mil oitocentos e setenta e dois. Fermino, nascido em 21 de agosto de mil oitocentos e setenta e cinco. Bento , nascido em 4 de janeiro de mil oitocentos e oitenta e um.
E  bem assim aos filhos de dona Maria José Ferreira Jardim, de nomes Alipio, nascido em agosto de 1882 e Laurindo, nascido em abril de 1878, mas digo mais ou menos. O qual herdará a quarta parte dos meus bens que a cada um dos outros passa a competir. Sendo estes batizados na igreja Santo Antônio, em Porto Alegre e os outros na Igreja Matriz  desta vila de Nossa Senhora da Conceição de Viamão. Sendo padrinhos da primeira, Antônio José de Fraga Filho e sua mulher dona Florinda Maria da  Conceição; da segunda, Propício José Rodrigues e dona Maria da Silva Fraga; do terceiro, João da Silveira Nunes e dona Castorina de Oliveira Gomes; do quarto, Narciso José Goulart e sua mulher dona Maria José Guimarães; do quinto, José Antônio Guimarães e sua mulher dona Maria José Ferreira Jardim; do sexto, Manuel Cardoso da Silva e sua mulher dona Ignácia Vieira de Aguiar e Silva; do sétimo Faustino Vieira de Aguiar Filho e sua mulher dona Diolinda Caetana da Silva; do oitavo Felippe Nery de Abreu e  sua mulher dona Fermina Pereira de Fraga; do nono, Luiz Vieira de Aguiar e sua mulher dona Bernardina Vieira da Motta; do décimo, João Vieira de Aguiar  Sobrinho e dona Castorina Vieira de Aguiar; do décimo primeiro, Francisco Nunes Pinto e sua mulher dona Maria Nunes da Silva.
Declarou ainda ser solteiro, natural deste estado e filho legítimo de Miguel Vieira de Aguiar e de  dona Constança Luiza da Conceição, ambos falecidos e que não tinha ascendentes ou descendentes,por isso vem instituir, como instituidos ficam aqueles nove filhos e filhas de dona Balbina Luiza Gutterres e os dois filhos de dona Maria José Ferreira Jardim por seus únicos e universais herdeiros de todos os seus bens, direitos e ações havidos ao tempo de sua morte, todos os bens que ele testador possuir.Sendo o último como já  declarou o herdeiro somente da parte dos bens que a cada um dos outros passa a competir [...].”

Os testamenteiros  foram: João Vieira de Aguiar Sobrinho, Miguel Vieira de Aguiar e André Vieira de Aguiar, todos também herdeiros.
As testemunhas foram: Acácio Martins Prates, Fausto José da Veiga, Antônio Campos de Ávila, Ladislau Honório de Moraes e Emílio Nunes.

 Embora nas declarações de Delfino ele  se diga solteiro e sem descendentes, existe um registro  no cartório de  Águas Claras  onde uma filha de Narcizo Vieira de Aguiar, um dos herdeiros mencionados acima,   aparece como  neta paterna dele( Delfino) e, de Balbina Gutterres.  Isso poderia confirmar que ele teve um relacionamento com Balbina e,  mesmo não reconhecendo oficialmente aos filhos, antes de morrer, os torna seus legítimos herdeiros.

  O registro cartorial diz  o seguinte, transcrevo em partes:
" Aos 20 dias do mes de outubro de 1923, compareceu ao cartório Felipe Nunes Vieira  que declarou perante testemunhas que no domicílio de seu vizinho e parente, nasceu hoje, as quatro horas, uma criança do sexo feminino que tomará o nome de Iria. Filha legitima de Narciso Vieira de Aguiar, já falecido e de dona Maria Angélica Vieira de Aguiar( Nunes), agricultores. Neta paterna de Delfino Vieira de Aguiar e de dona Balbina Gutterres dos Santos Vieira ( Dos Santos Gutterres)[...]"

O declarante não sabia os sobrenomes corretos de  Maria Angélica e de Balbina, mas ele sabia, pois  talvez fosse notório à família e aos  vizinhos, que  Delfino era o pai de Narciso.





Fontes:

Cartório de Águas Claras, Viamão- Livros de registros de nascimentos, casamentos e óbitos.

Livro de batismos da Igreja Nossa Senhora da Conceição de Viamão, disponível em: https://familysearch.org

Arquivo Público do Estado do  Rio Grande do Sul- Testamento de  Delfino Vieira de Aguiar- Provedoria, Viamão. Ano de 1901, nº. 71, maço 3, estante 128.